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Dia de Finados na Visão Espírita



Primeiramente, vejamos as definições:
Finado, segundo o dicionário, significa “Que, ou o que se finou (verbo finar); Morto, falecido; o defunto”.
Finar, verbo relativo ao substantivo, significa “Findar, Acabar. Definhar, Emagrecer, Morrer”.
 O dia 02 de novembro, em nossa cultura, , é o dia dedicado aos finados, ou seja, aos findados/acabados/mortos/falecidos; aos que findaram/acabaram, quando o coração parou de bater, o cérebro parou de funcionar, os pulmões deixaram de aspirar e, num último expiro, detiveram seu trabalho de levar oxigênio ao corpo físico.
 Para a Doutrina espírita, o que finda/acaba/morre é o corpo. A alma a ele sobrevém. Portanto, por concepção diferenciada, a Doutrina espírita não "comemora" o Dia de Finados.
 Para nós, espíritas, todo dia é dia de honrar e agradecer pelo corpo que utilizamos para a existência na Terra, pois é ele que nos serve de vaso, possibilitando estágio na matéria densa que é corpo físico. Através dele é que podemos exercitar, por exemplo, o desapego. Vejamos:
Na Espiritualidade não existe nada que nos pertença, como aqui, no Planeta.
Aqui, é o “meu” marido, “meu” filho, “minha” casa, “nossa” família, “meu” emprego, “meu” salário, “sua” dívida...
Se não aprendermos aqui que nada nos pertence, a não ser o bem que praticamos, os laços afetivos que cultivamos, as boas sementes que plantamos, quando lá, no mundo espiritual, enfrentaremos, por certo, muitas dificuldades!
 Mas, a doutrina espírita, que traz em seu bojo o livre arbítrio, não impede, de modo algum, que os seus adeptos ou simpatizantes, compareçam ao cemitério, levem flores, visitem os túmulos, se isto lhes for, ainda, significativo.
Não há mal em ir. Nem bem. É apenas, segundo a doutrina, um apego equivocado. O ser que amamos não é, nem nunca foi aquele corpo que, putrefato, se decompõe em benefício da terra. O ser que amamos utilizou-se daquele corpo, mas já se desligou dele e vive novos horizontes.
 Melhor, ao Ser que amamos e que já não está aqui, que seja lembrado com alegria, nos espaços que amava e no trabalho que exercia;
Melhor, ao Ser que amamos e que já não está aqui, que seja lembrado através da caridade em seu nome. Muito mais proveitoso e prazeroso  lhe será a alegria de velhinhos que recebam, em seu nome, uma visita; um doente que receba, em seu nome, um gesto de apoio; uma criança que receba, em seu nome, um doce bem gostoso!
 É tempo de ressignificar a data. É tempo de abandonarmos os velhos gestos, copiados ano a ano, mas que não fazem mais sentido diante das descobertas da ciência que vêem de encontro à Doutrina dos Espíritos.
 Como é feriado, aproveitemo-nos dele para praticar o Amor que nos ensinou Jesus, há dois mil anos e que, ainda, não exercitamos:
Abrace o irmão equivocado e lhe entregue, com alegria, toda sua energia mais amorosa e pura;
Telefone para o amigo, distante por mágoas (tolas!) e diga-lhe que está tudo bem, que tudo passou porque, de fato, não tinha importância;
Faça um almoço gostoso e convide, para compartilhar sua mesa, o desafeto que teima em se manter distante. Não se canse de tentar, porque, um dia ele aceita e a Paz estará convosco;
Perdoe a quem lhe mentiu, esqueça a mágoa que alguém lhe causou;
Tenha plena convicção de que o Ser que deseja homenagear ficará extremamente feliz e dadivoso, se isso for feito em seu nome, pelo Amor que sentem um pelo outro.

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