A variação de humor ocorre em função de: pressões
ambientais, de influências espirituais, do peso do passado e das saudades do
Além.
Vamos explicar cada uma:
1º -
Pressões ambientais: é causado por desilusão sentimental, problemas familiares,
perda do emprego, ou seja, são pessoas plenamente realizadas no terreno
afetivo, da saúde, social e profissional que, não obstante, experimenta
períodos de angústia. Aqui confunde-se muito tristeza, desilusão, preocupação
com depressão.
2º -
Influências espirituais: estados depressivos podem originar-se da atuação de
Espíritos perturbados e perturbadores, que consciente ou inconscientemente nos
assediam. Popularmente emprega-se o termo “encosto” para esse
envolvimento. Por outro lado, os estados de euforia, sem motivo aparente,
resultam do contato com benfeitores espirituais que imprimem em nosso psiquismo
algo de suas vibrações alentadoras.
3º -
Peso do passado: a depressão pode ser herança, não de nossos pais, mas
de nós mesmos. O que fizemos no passado determina o que somos no presente. O
que pesa sobre nossos ombros, favorecendo os estados depressivos, neuroses,
fobias, psicoses e demais elementos fragilizadores da consciência é a carga dos
desvios cometidos, das tendências inferiores desenvolvidas, dos vícios
cultivados, do mal praticado. Há pessoas que, pressionadas por esse peso
mergulham tão fundo na angústia que parecem cultivar a volúpia do sofrimento,
com o que comprometem a própria estabilidade física, favorecendo a evolução de
desajustes intermináveis. O remorso é um dos mais avassaladores
sentimentos e o Espírito que reencarna nesta condição carreará para o corpo
físico todo esse desequilíbrio. Seu aspecto será o de um obsidiado. No entanto,
ele é obsidiado apenas por sua memória profunda, que vinculou sua personalidade
humana. Os transtornos mentais e emocionais, conforme assevera Divaldo Franco,
tem raízes no Espírito que delinquiu. A culpa, consciente ou inconsciente,
imprimiu-lhe no perispírito o quadro psicológico que se irá refletir na
organização física e mental durante o transcurso da reencarnação. Mas, como
disse Joanna de Ângelis: "ocorre a possibilidade de interferências no
campo mental, produzidos por entidades infelizes. Quando as duas coisas se
juntam - PASSADO E OBSESSÃO - os problemas se avolumam, os sintomas são
mais severos e a cura, às vezes, é mais demorada."
4º -
Saudades do Além: este aspecto é abordado pelo Espírito François de Genève, no
cap. V, de “O Evangelho segundo o Espiritismo”: “A melancolia” – “Sabeis
por que, às vezes, uma vaga tristeza se apodera dos vossos corações e vos leva
a considerar amarga a vida? E que vosso Espírito, aspirando à felicidade e à
liberdade, se esgota, jungido ao corpo que lhe serve de prisão, em vãos
esforços para sair dele. Reconhecendo inúteis esses esforços, cai no desânimo
e, como o corpo lhe sofre a influência, toma-vos a lassidão, o abatimento, uma
espécie de apatia, e vos julgais infelizes. Crede-me, resisti com energia a
essas impressões que vos enfraquecem a vontade. São inatas no espírito de todos
os homens as aspirações por uma vida melhor; mas, não as busqueis neste mundo
e, agora, quando Deus vos envia os Espíritos que lhe pertencem, para vos
instruírem acerca da felicidade que Ele vos reserva, aguardai pacientemente o
anjo da libertação, para vos ajudar a romper os liames que vos mantêm cativo o
Espírito. Lembrai-vos de que, durante o vosso degredo na Terra, tendes de
desempenhar uma missão de que não suspeitais, quer dedicando-vos à vossa
família, quer cumprindo as diversas obrigações que Deus vos confiou. Se, no
curso desse degredo-provação, exonerando-vos dos vossos encargos, sobre vós
desabarem os cuidados, as inquietações e tribulações, sede fortes e corajosos
para os suportar. Afrontai-os resolutos. Duram pouco e vos conduzirão à
companhia dos amigos por quem chorais e que, jubilosos por ver-vos de novo
entre eles, vos estenderão os braços, a fim de guiar-vos a uma região
inacessível às aflições da Terra.”
E COMO
SUPERAR AS VARIAÇÕES DE HUMOR, MANTENDO A SERENIDADE E A PAZ EM TODAS AS
SITUAÇÕES? É evidente que não o faremos da noite para o dia, como quem
opera um prodígio, mesmo porque isso envolve uma profunda mudança em nossa
maneira de pensar e agir, o que pede o concurso do tempo.
Considerando,
entretanto, que influências boas ou más passam necessariamente pelos condutos
de nosso pensamento, podemos começar com o esforço por disciplinar nossa mente,
não nos permitindo idéias negativas.
Orientação:
-
Mexa-se. Desenvolva atividades. Ninguém “cai na fossa”; geralmente entramos
nela quando renunciamos a uma vida ativa e empreendedora.
-
Policie sua casa mental. Estados depressivos começam, com insinuantes ideias
infelizes.
- Ainda
que não se sinta disposto, cultive a convivência com familiares, amigos, colegas
de profissão. O isolamento contraria a natureza sociável do ser humano,
favorecendo a instalação de desajustes íntimos.
Texto de: Richard
Simonetti