Ensina a Doutrina Espírita que contamos com a ajuda dos Espíritos
desencarnados, voltados ao bem, os quais, pela intuição, buscam nos
orientar e auxiliar.Constituídos por entidades amigas, Espíritos
familiares, desta ou de outras existências, os Espíritos protetores
incumbem-se de nos induzir ao esforço do bem e do progresso.
Dentre os Espíritos protetores, destacamos os chamados guias
espirituais, que se vinculam, particularmente, a um indivíduo para
protegê-lo. Estes Espíritos têm como missão guiar o seu tutelado pela
senda do bem, além de auxiliá-lo com suas orientações, animá-lo e
consolá-lo diante das dificuldades. Desde o nascimento até o momento do
desenlace, e muitas vezes até depois deste, o guia está ligado ao seu
protegido, buscando reerguê-lo espiritualmente.
Nos momentos difíceis compete a nós buscarmos o auxílio de nossos guias que, em nome da Providência Divina, vêm nos socorrer.
Mas não podemos ficar dependendo só de nossos anjos tutelares, é a
nós que cabe a vitória ou a derrota diante de nossas imperfeições.
Sobre o auxílio de forma absoluta dos nossos guias, Emmanuel, em “O Consolador”, alerta:
Um guia espiritual poderá cooperar sempre em vossos trabalhos, seja
auxiliando-vos nas dificuldades, de maneira indireta, ou
confortando-vos, na dor, estimulando-vos para a edificação moral,
imprescindível à iluminação de cada um; entretanto, não deveis tomar as
suas expressões fraternas por promessa formal, no terreno das
realizações do mundo, porquanto essas realizações dependem do vosso
esforço próprio e se acham entrosadas no mecanismo das provações
indispensáveis ao vosso aperfeiçoamento.
Na questão 226 da obra citada, o mesmo Emmanuel, completa:
Essa colaboração apenas se verifica como no caso dos irmãos mais velhos, ou de amigos mais idosos nas experiências do mundo.
Os mentores do Além poderão apontar-vos os resultados dos seus
próprios esforços na Terra, ou, então, aclarar os ensinos que o homem já
recebeu através da misericórdia do Cristo e da benevolência dos seus
enviados, mas em hipótese alguma poderão afastar a alma encarnada do
trabalho que lhe compete, na curta permanência das lições do mundo (…)
(grifo nosso)
A palavra do guia é agradável e amiga, mas o trabalho de iluminação pertence a cada um (…)
Segundo orientação dos próprios Espíritos, se a criatura não escuta
os conselhos de seu guia, este se afasta, mas não o abandona
definitivamente, ficando atento para auxiliá-lo sempre que seu tutelado
voltar ao caminho correto.
Sobre a evolução dos guias espirituais, “O Livro dos Espíritos”
esclarece, que são eles de natureza sempre superior, com relação ao seu
protegido, mas o bom senso diz que não poderão ser de natureza muito
superior, porque senão não haverá possibilidade de sintonia.
A Doutrina Espírita alerta ainda que como os indivíduos, também os
lares, as famílias e as coletividades têm seus Espíritos protetores,
cuja elevação está sempre de acordo com a importância da tarefa a
realizar.
Como exemplo, temos:
Jesus, o guia de nosso Orbe; Ismael, o guia de nosso país, e muitos
outros que desconhecemos o nome, no entanto, temos a certeza de sua
existência.
Sempre que iniciamos um trabalho em bases de amor, em nome do Cristo,
a Espiritualidade vinculada à divulgação da Boa Nova entre os homens,
destaca um Espírito afim ao trabalho, para que oriente os trabalhadores
envolvidos no mesmo, com a finalidade de guiá-los para um melhor
desenvolvimento deste. Assim temos os guias das nossas reuniões, das
nossas campanhas de assistências, dos nossos centros espíritas, entre
outros.
Concluindo, onde estiver a criatura, desde que esteja em sintonia com
as forças do bem, jamais estará desamparada do auxílio desses enviados
do Senhor, e nos momentos difíceis, como Jesus nos disse, também
poderemos dizer:
Ou pensas tu que eu não poderia rogar a meu Pai, e que ele não me
mandaria agora mesmo mais de doze legiões de anjos? (Mateus, 26: 53)
Livro: Apostila do Curso de Espiritismo e Evangelho
Centro Espírita Amor e Caridade – Goiânia – GO – 1997
Centro Espírita Amor e Caridade – Goiânia – GO – 1997